top of page

Keilane da Silva Farias, doutora em Genética e Biologia Molecular pela UESC, é ganhadora do Prêmio CAPES de Tese de 2025

A pesquisadora Keilane Silva Farias defendeu sua tese de doutorado em Dezembro de 2024 e é a primeira egressa da UESC ganhadora do Prêmio.


ree

A tese “BASIDIN Afeta o Desenvolvimento e Resistência em Plantas”, de autoria de Keilane Silva Farias, orientação do Prof. Carlos Priminho Pirovani e coorientação do Dr. Ronaldo Dalio, foi contemplada com o Prêmio Capes de Tese na edição de 2025 (https://www.gov.br/capes/pt-br/assuntos/premios/premio-capes-de-tese/premio-capes-de-tese-documentos-relacionados).

O estudo que resultou em depósito de um pedido de patente no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), avaliou o efetor BASIDIN do fungo Moniliophthora perniciosa, causador da doença vassoura de bruxa do cacaueiro, como indutor por meio da aplicação em sementes e plantas de alface e soja. Os resultados foram surpreendentes e indicam que BASIDIN tem potencial para uso como biodefensivo para uma agricultura sustentável. Esse trabalho recebeu financiamento do Programa de Mestrado e Doutorado para a Inovação do CNPq, contando com uma parceria com a empresa IdeeLab Biotecnologia Ltda.


Em estudos para compreender a interação entre a vassoura de bruxa e o cacaueiro, durante o mestrado em Biologia e Biotecnologia de Microrganismos da UESC, a Dra. Keilane demonstrou que a proteína BASIDIN é produzida pelo patógeno para manipular a fisiologia da planta em seu favor, sendo considerada, portanto, uma proteína efetora. Na tese de doutorado, as pesquisas mostraram que a BASIDIN tem potencial como um biodefensivo para a agricultura sustentável, se aplicado em sementes antes do plantio ou mesmo aplicado nas plantas. Além disso, foram identificados os prováveis alvos de interação da BASIDIN nas plantas de cacau.


ree

O Dr. Carlos Priminho Pirovani, que orientou o trabalho de Keilane, afirma que: “de forma similar às serpentes peçonhentas que produzem um coquetel de substâncias em seu veneno que manipulam a fisiologia da presa, como por exemplo, aquele que deu origem ao medicamento Captopril, usado para o tratamento de hipertensão arterial, os patógenos como o fungo da vassoura de bruxa também produzem de forma coordenada uma série de proteínas efetoras e toxinas que manipulam a fisiologia da planta. Quando isolamos esses efetores, compreendemos os seus efeitos, estabelecemos uma forma de produzi-los, podemos avaliá-los como potenciais biodefensivos para uso na agricultura em geral em diferentes cultivos. O trabalho da Keilane contempla as diferentes fases desse processo com a proteína que descobrimos em nosso laboratório e batizamos BASIDINA”

 

A doutora Keilane é Itabunense, filha do Senhor Antônio Messias Farias e da Senhora Jocilene França da Silva. Ela é Licenciada em Ciências Biológicas, Mestre em Biologia e Biotecnologia de Microrganismos e doutora em Genética e Biologia Molecular pela UESC. Ela desenvolveu os seus trabalhos de Iniciação Científica de mestrado e de doutorado sob a orientação do professor Carlos Priminho Pirovani, do Departamento de Ciências Biológicas pela UESC e, atualmente, encontra-se em Estágio Pós-doutoral no Peru desenvolvendo pesquisas com doenças do cacau com financiamento do CNPq.

 

Segundo Keilane, “é difícil expressar em palavras a profunda gratidão que sente ao ser contemplada com esse prêmio tão honroso”. Ela afirma que sua tese nasceu da paixão pela ciência, do desejo de compreender de forma mais profunda os processos genéticos e moleculares que sustentam a agricultura e de contribuir com soluções sustentáveis para os desafios atuais do setor. Cada etapa, desde a formulação das hipóteses, às longas horas de pesquisa e trabalho no laboratório, até a análise minuciosa dos resultados, exige dedicação... muitas das vezes até resiliência e, acima de tudo, colaboração.  Ela destaca que este prêmio é também um reflexo do apoio fundamental da equipe de orientação, composta pelo professor Priminho e pelo Dr. Ronaldo Dalio. Ela valoriza o apoio dos colegas de pesquisa e da família, que sempre acreditaram no seu potencial e também alia ciência e fé, agradecendo a Deus que é seu guia e sustento nessa jornada do saber e fazer ciência. A pesquisadora espera que este reconhecimento sirva de inspiração para jovens pesquisadores e mostre que o conhecimento científico, quando aliado ao compromisso social e ambiental, pode transformar realidades e abrir caminhos para uma agricultura mais inovadora e sustentável. Dessa forma, a Dra. Keilane segue motivada a continuar contribuindo com a ciência, com a certeza de que “cada descoberta é uma semente plantada em favor do futuro.”


O Prêmio CAPES de Tese 2025 premiou os melhores trabalhos de cada uma das 50 áreas de avaliação da CAPES defendidos durante o ano de 2024. O Prêmio é concedido a partir da avaliação dos maiores cientistas do país, considerando critérios como a originalidade e relevância do trabalho para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural e social. Também é considerado o grau de inovação e interdisciplinaridade, bem como a qualidade e impactos dos produtos oriundos da tese. O trabalho “BASIDIN Afeta o Desenvolvimento e Resistência em Plantas”, de autoria de Keilane Farias, foi considerada a melhor tese defendida na Área de Ciências Agrárias I. Esta área de avaliação contempla cerca de 220 programas de pós-graduação localizados em diferentes estados do Brasil que formam pesquisadores para atuar na pesquisa e inovação tecnológica voltada para a Agricultura. 


Esse Prêmio é mais um indicador de que o Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular da UESC tem excelência na formação de profissionais éticos, altamente qualificados para contribuir para a desenvolvimento científico e tecnológico para uma agricultura sustentável, contribuindo para a segurança alimentar da população.

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo

Comentários


bottom of page